Caríssimos Paroquianos de nossa Catedral São Francisco Xavier!
Novembro é a comemoração de todos os nossos queridos fiéis defuntos e de todos os santos.
A Igreja cerca de especial amor e devoção a memória dos fiéis defuntos, oferecendo-lhes sufrágio. Na morte de seus filhos a Igreja celebra o Mistério Pascal do Filho de Deus. “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (João, 11,25)
O Dia de Finados é um convite à esperança enquanto aguardamos “até que ele venha” (1 Cor 11,26). Somos peregrinos nesta terra. O tempo passa, mas a eternidade nos espera.
O centro de nossa fé é o Mistério Pascal, o Mistério da Páscoa, Morte e Ressurreição de Jesus. Realmente, a presença da morte, em meio à nossa vida, é um mistério. Como acolhe-la? É possível entende-la? Que lições é possível tirar dela? Acho que a primeira lição que a morte nos dá é a humildade. O próprio Filho de Deus submeteu-se à experiência da morte como sua consequência do pecado a fim de tomá-la sobre si e destruí-la em seu amor imortal.
Uma segunda lição que a morte nos deixa é a comunhão. Todos nós nos reconhecemos irmãos diante da morte que não escolhe ninguém.
E por fim, a terceira lição que a morte nos dá é a do amor. Amor não é uma experiência apenas de proximidade; é também uma experiência de separação. O amor verdadeiro sabe deixar partir. Partimos do ventre materno ao nascer, partimos da casa dos pais ao casarmos ou entrarmos para a vida consagrada, sacerdotal e partimos ao sairmos do mundo presente para a vida eterna. É por isso que a morte é um mistério pascal. Somos peregrinos nesta terra.
Rezemos pelos nossos entes queridos, pela sua páscoa eterna junto de Deus e Nossa Senhora e na Comunhão dos Santos. “Eu sei que o meu redentor está vivo!”
Estamos celebrando todos os Santos e Santas. Essas pessoas só foram santas porque em toda a sua vida viveram em profunda intimidade com Deus Santo. Então estamos celebrando o autor de toda a Santidade. O Deus Santo de Israel.
Lembramos também dos homens e mulheres bem aventurados, pessoas que procuram fazer frutificar seus dons colocando-os a serviço de seu próximo, tentando ser como Jesus, tentando serem disponíveis, dóceis e fiéis à ação santificadora e restauradora do Espírito Santo. Quem sabe, convivemos com muitos santos e santas em nossas famílias e comunidades e não percebemos. No céu teremos muitas surpresas! Se desejamos também sermos pessoas santas, precisamos deixar espaço no coração para deixar Jesus ocupá-lo plenamente. Uma pessoa Santa não é aquela pessoa sem defeito; sabemos que os santos foram pessoas limitadas, pecadoras, com muitas misérias como nós, mas que no seu dia a dia buscaram a Deus sem desviarem e nem se enganarem pelos falsos deuses que o mundo nos propõe tantas vezes.
Todos somos chamados à vocação e santidade. Procuremos nos esforçar para sermos pessoas que se deixam conduzir pelo Espírito Santo, orientados pela palavra de Deus. Caminhar à luz de Deus e deixar-se surpreender e jamais perder a esperança.
Todos os Santos(as) de Deus; rogai por nós!
Fraternalmente,
Pe Adenir José Ronchi
Pároco da Catedral São Francisco Xavier
Fotógrafo: Pascom Catedral
Fonte: Pe Adenir José Ronchi