Caríssimos irmã(o)s de nossa Catedral São Francisco Xavier,
Saudação, Saúde e Paz!
É preciso rezar sempre. Rezar é um gesto natural, porque somos criaturas de Deus, temos uma abertura congênita em direção à transcendência. À medida que abandonamos a oração enfraquecemo-nos em nossa caminhada, em nossa meta de vida e ideal, pois sentimos Deus cada vez mais distante, mera abstração, e começamos a adorar coisas superficiais, periféricas, passageiras, fabricando ídolos e à procura de compensações para o nosso vazio existencial.
Sem a oração Deus passa a ser ninguém para nós, e nascem as dúvidas e interrogações como: - Que sentido tem o pecado? – pura fraqueza; - As paixões desordenadas? – Por que a castidade? – pura repressão; - Por que a religião? – pura estratégia de homens e mulheres; Por que o céu? – tudo acaba com a morte.
Sem Deus perdemos valores, ideais, perdemos o sentido da vida. Sem oração seremos daqueles(as) que, até falam de Deus, mas não falam com Deus. Rezar é falar com Deus, é encontro de duas consciências, uma relação de aliança e de amizade. Quando se começa a rezar, Deus começa a ser “alguém”.
É urgente a volta à Deus e à oração para estancarmos a “hemorragia de sentidos”, voltar ao mistério, porque “quem vai a Deus, vai à vida, onde vivemos, existimos e somos, no amor.”
A experiência da oração nos livra do primado, do efêmero e da lógica do mercado, ou seja, do consumo e da desilusão. Pela oração realizamos o encontro com a verdade, com nós mesmos, com os outros e com Deus.
A experiência tem nos comprovado que a oração é um poder à nossa disposição, chegando a realizar o impossível. Na escola da oração, recordamos as ternuras de Deus e nos reabastecemos como numa fonte. Na oração, sob a luz da fé, vemos o invisível, porque ela abre nossos olhos, dilata nossos corações, cura nossos males para a prática da solidariedade e das obras de misericórdia.
Vamos rezar sempre uns pelos outros. O sucesso será de termos nossa humanidade mais santa e o mundo se transformará na civilização de amor.
Com benevolência,
Pe Adenir José Ronchi